O Rio de Janeiro recebe a partir de hoje (5) o Festival Internacional de Robótica, realizado pela primeira vez no Brasil, e organizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), no Pier Mauá, até o próximo domingo (7), com entrada grátis.
O público poderá participar de oficinas experimentais de ciências, artes e tecnologia. O Sesi acompanha a robótica há muitos anos e fazia as seletivas nacionais para levar seus alunos ao torneio internacional em Houston, nos Estados Unidos.
Este ano, contudo, o Sesi foi encarregado de coordenar, pela primeira vez, um torneio internacional no Brasil, com a participação de 90 times, sendo 60 do exterior, com 38 países e 990 competidores. “É uma representação muito grande e estamos muito felizes. Vai ser um projeto interessante”, disse o diretor de Operações do Sesi, Paulo Mól.
Neste festival, haverá pela primeira vez no Brasil uma competição de robôs mais robustos, de 60 quilos, que é uma modalidade mais completa da robótica.
Na categoria First Lego League Challenge (FLL), de robôs menores, participam estudantes de 9 a 16 anos (no Brasil e demais países, à exceção dos Estados Unidos e Canadá, cuja faixa etária é de 9 a 14 anos). Eles buscam soluções para problemas do dia a dia da sociedade moderna. Participam as 90 melhores equipes de FLL de todo mundo, sendo 58 estrangeiras e 32 brasileiras. A segunda modalidade é a Off Season da First Robotics Competition (FRC), que terá 28 equipes brasileiras, sendo conhecida como a Olimpíada dos Robôs.
“Estamos falando de 28 times nesse campeonato de robôs de 60 quilos” disse Mól. As equipes de robôs mais estruturados reúnem alunos de 12 anos até 18 anos de idade. “Quando as crianças viram adultas, passam a ser tutoras e mentoras dos outros times”, explicou.
O torneio internacional existe desde 1998. O Brasil começou a acompanhar a competição há cerca de dez anos. O Sesi é o operador nacional dos eventos de robótica no país.
As equipes brasileiras que participam do festival são as melhores classificadas no campeonato nacional realizado em maio, em São Paulo. Paulo Mól afirmou que o festival do Rio está fora da temporada. “É um evento demonstração, é um teste. As equipes vão apresentar os projetos no festival, mas não estão concorrendo à seletiva nacional”. acentuou.
No início de 2023, será realizada uma competição em que os melhores classificados vão concorrer nos melhores torneios internacionais. “Nesses torneios internacionais, a ideia é ganhar notoriedade. São competições onde as principais universidades americanas e empresas do mundo estão de olho nos profissionais que estão trabalhando nos torneios de robótica. Grandes empresas, como Boeing e Microsoft, financiam esses torneios”, acentuou.
O público poderá visitar o local de competição hoje, das 13h às 16h; no sábado (6), das 8h às 18h; e, no domingo (7), das 8 às 17h.
Mól disse, também, que a estratégia é dar acesso à robótica e ao conhecimento científico a crianças e adultos. Na entrada da promoção, há uma área de experimentação científica para montagem de robôs de Lego e de peças de materiais recicláveis e oficinas interativas.
“É um espaço onde pais e filhos se juntam para trabalhar de forma colaborativa. É um momento não só lúdico, mas também extremamente educacional”, salientou. A ideia é encantar e mostrar que a ciência é interessante, é legal, acessível e barata.
“O nosso próximo passo é tentar estimular escolas públicas e a comunidade a trabalhar com ciência e tecnologia para que esse assunto deixe de ser elitizado e passe a ser acessível a todos os estudantes do Brasil, independente da renda”, garantiu.
No First Lego League Challenge (FLL), os alunos formam equipes de dois a dez integrantes para construir robôs feitos de peças de lego, que devem cumprir uma série de missões e somar o máximo de pontos. Cada partida dura dois minutos e meio em um tapete oficial da competição.
O time também é responsável pela criação de um projeto de inovação, que é uma solução para um problema real dentro da temática da temporada. Este ano, o tema é Logística e Transporte. Os estudantes são avaliados pelo projeto de inovação; por valores como trabalho em equipe, diversão, inclusão e impacto; e pelo design e desempenho do robô.
Participam dessa modalidade estudantes da África do Sul, Argentina, Brasil, Cazaquistão, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Egito, Emirados Árabes, Escócia, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Alemanha, Grécia, Honduras, Hungria, Irlanda, Irlanda do Norte, Israel, Itália, Japão, México, Macedônia do Norte, Marrocos, Nigéria, Noruega, Paraguai, Polônia, Porto Rico, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Uruguai.
Já a First Robotics Competition (FRC) é a modalidade mais avançada das competições de robótica da First. Ela se destina a alunos do ensino médio, que constroem e programam robôs semiautônomos de porte industrial. Os robôs têm até 55 kg e 1,5 metro de altura e devem realizar tarefas em uma arena do tamanho de uma quadra de vôlei. O time é formado pelo menos por 10 integrantes, trabalha com um kit básico de peças e pode ser criativo para montar o robô, mas deve utilizar o mesmo sistema de controle e respeitar as regras que limitam tamanho, peso e quantidade máxima de motores, por exemplo.
Os testes e competições de robótica têm início previsto para as 10h desta sexta-feira. A cerimônia de abertura está marcada será às 16h. A solenidade de premiação será no domingo, às 16h30.
Edição: Kleber Sampaio